Apaixonada
do jeito que sou por Erik, o Fantasma da Ópera, e todos já perceberam isso
:p , não pude deixar de ler o livro “O Fantasma de Manhattan”, escrito por
Frederick Forsyth em 1999. Conforme o autor nos explica no prefácio da obra,
essa história se propõe a ser uma continuação literária da versão
teatral-musical de 1986, de autoria de Andrew Lloyd Webber (inclusive foi o
próprio Webber que incentivou Forsyth a escrever essa nova história).
Embora
este blog já possua uma matéria enoooorme sobre o personagem Erik
(clique aqui para lê-la), resolvi fazer esta nova postagem especialmente sobre o livro de Forsyth
porque percebi que muitos fãs (e até mesmo algumas phangirls) não
conhecem esta história, e também pelo motivo de que há pouquíssimas resenhas em
português disponíveis na Internet sobre este livro (e ainda algumas dessas
resenhas possuem informações incorretas sobre a narrativa :p ).
Dados
sobre a edição brasileira do livro:
O Fantasma de Manhattan
Autor:
Frederick Forsyth
Ano:
2000
Páginas:
192
Tradução:
Alves Calado
Editora:
Record
Sinopse retirada da contracapa do
livro:
O
Fantasma da Ópera em Nova York? Improvável, mas não para Frederick Forsyth.
Consagrado com romances de ação e espionagem, ele estreia no gênero terror
reinventando a obra-prima de Gaston Leroux.
O
ano é 1902, e na nascente metrópole de Nova York contam-se histórias dos
extraordinários eventos que ocorreram na Ópera de Paris em 1882, com o
surgimento da misteriosa criatura conhecida como o Fantasma da Ópera. Após
desaparecer nas catacumbas parisienses, o Fantasma ressurge nos Estados
Unidos. Sob uma identidade inesperada e muito poderosa, novamente seus
instintos sombrios afloram em um livro tão bom quanto o original, que recentemente
virou sucesso nos palcos pelas mãos de Andrew Lloyd Webber.
Um
romance que nasce como um grande clássico do horror.
|
Observações:
a própria sinopse oficial contém um erro sobre a história. A narrativa do livro
se passa no ano de 1906, não em 1902, conforme escrito acima. Outro aspecto que
pude notar foi que a história da versão teatral de Webber é ambientada por
volta de 1880 (e em 1870 na adaptação cinematográfica de 2004), enquanto que
Forsyth, no prefácio de seu livro, escreve que os acontecimentos da narrativa
de Webber ocorreram no final de 1893, e situa a sua continuação literária em
1906, treze anos depois.
A história resumida de “O
Fantasma de Manhattan” é a seguinte:
No
final do ano de 1893, quando Erik sequestra Christine do palco e a leva para o
subterrâneo da ópera, “algo” acontece entre eles (vocês entenderam o quê, podem
surtar à vontade, phangirls! :p ). Mas depois Raoul infelizmente aparece,
junto com uma multidão armada, para resgatar Christine. Nisso, Erik é obrigado
a fugir, e recebe a ajuda de Madame Giry. Ela era a diretora do corpo de baile
da ópera de Paris, uma mulher bondosa que libertou Erik em 1882, quando ele
tinha 16 anos, dos maus-tratos que sofria em um “circo de horrores” na cidade,
e o escondeu nos subterrâneos da ópera, onde ele passou a morar até o momento
em que conheceu Christine.
Às
pressas, Madame Giry consegue um lugar para Erik num navio cargueiro que tinha
por destino Nova York, EUA. Chegando lá, na Ilha de Coney Island, Manhattan,
sozinho e sem dinheiro, Erik começa a trabalhar com os mendigos limpando peixes,
mas com a sua engenhosidade e mente brilhante, era questão de tempo até que
saísse daquela vida miserável. Com um sócio, conhecido como Darius, servindo de
testa-de-ferro para Erik (por causa de sua aparência), ele começa a elaborar
brinquedos para os parques de diversões de Coney Island. Isso, aliado a alguns
golpes financeiros, torna Erik um dos homens mais ricos de Nova York. Neste
período, ele financia a construção de uma nova Ópera em Manhattan.
Porém,
em setembro de 1906, Madame Giry, que estava em um hospital em Paris, falece.
Antes de morrer, ela envia uma carta à Erik, informando-o sobre um segredo que
Christine, agora casada com Raoul e com um filho de 12 anos chamado Pierre, a
fez guardar durante todos esses anos. Madame Giry e Raoul testemunharam, há
muito tempo atrás, um assalto à uma pobre senhora, nas ruas de Paris. Raoul,
como bom cavalheiro que era #sqn, entrou no meio para defender a idosa,
e acabou levando um tiro do assaltante, que o deixou estéril. Sendo assim, logo
que Christine e Raoul se casaram, e ela descobriu que estava grávida, ambos
souberam que o filho era de Erik. Porém, como eles achavam que o Fantasma
estava morto, Raoul assumiu a criança, e mais ninguém soube da verdade.
Ao
ler esta carta, Erik se emociona com a descoberta de que possui um filho, e
deseja agora recuperar sua família. Para isso, usando um sócio de fachada,
contrata Christine para cantar na estreia de seu Teatro de Ópera em Manhattan,
com o objetivo de reencontrá-la.
“- Mas ainda que eu seja
rejeitado outra vez, tudo mudou. Posso olhar [...] sobre as cabeças da raça
humana que tanto desprezo, mas agora posso dizer: você pode cuspir em mim, me
desprezar; zombar de mim, escarnecer de mim; mas nada que possa fazer irá me
ferir agora. Através da imundície e da chuva, através das lágrimas e através da
dor, minha vida não foi em vão: EU TENHO UM FILHO”.
(Monólogo
de Erik quando descobre que tem um filho).
Christine
e Erik se reencontram antes da apresentação da ópera. Ele diz para ela que a
amou durante todos esses anos, e pede que ela volte para ele. E eis o que a
ingrata responde:
“- Não posso. Eu amo Raoul. Tente
aceitar isso. Tudo que você fez por mim eu lembro, e com gratidão [sobre
ensiná-la a cantar]. Mas meu coração está
em outro lugar, sempre estará. Você não pode entender isso, não pode aceitar?”
Então
Erik fala:
“- Muito bem. Devo aceitar. Por
que não? Meu coração foi partido tantas vezes. Mas há outra coisa. Deixe-me o
meu menino. [...] Nosso filho Pierre.”
Christine
não aceita se separar do menino naquele momento, mas promete a Erik que, assim
que Pierre fizer 18 anos, ela contará a verdade ao filho, e ele escolherá se quer
continuar morando com ela e Raoul ou se irá atrás de seu pai verdadeiro. Erik
fica revoltado, mas acaba por aceitar este acordo.
Porém,
Erik e Christine não percebem que Darius, o sócio inescrupuloso de Erik, ouvira
toda a conversa entre eles, e ao descobrir que Erik possui um filho, o sócio resolve
matar o menino, pois deseja toda a herança financeira de seu patrão para si.
Agora,
falarei sobre o final da história. Como sei que este livro é pouco conhecido,
irei deixar a leitura do desfecho dele opcional a vocês, para não estragar a
surpresa de quem possa se interessar a ler a obra. Portanto, para continuarem
lendo meu resumo, selecionem com o mouse o espaço em branco a seguir:
Erik e Christine cantam na inauguração
do Teatro de Ópera de Manhattan e, durante a festa, Erik conhece Pierre, e eles
ficam amigos. Depois de uns dias, Christine leva o menino ao parque para se
despedir de Erik, pois a família tinha que voltar para a França. Porém, neste
momento, Darius estava escondido atrás de uma árvore, e atira com um revólver.
Como Christine estava muito próxima do filho, a bala a atinge ao invés do
menino. Erik percebe e atira em Darius, matando-o na hora. Mas já era tarde
demais. Christine cai, e Raoul, que chega neste exato momento, a ampara. Então,
antes de morrer, ela revela a verdade ao filho. Raoul, abalado pela morte
da esposa, confirma o fato a Pierre, e diz para ele fazer a sua escolha.
O menino, chorando pela morte da mãe,
caminha até Erik, retira a máscara do pai, mostrando que não o rejeita, e diz:
“-
Quero ficar aqui com você, papai”.
E assim termina a história. No epílogo
do livro, o autor conta que Raoul voltou para a França, e nunca mais se casou
de novo. Pierre permaneceu em Nova York com o pai, e juntos fundaram uma importante
instituição para corrigir pessoas fisicamente desfiguradas. No final de 1920,
Erik se mudou para uma propriedade rural, onde viveu até o fim de sua vida
rodeado de livros, pinturas e música. Pierre se casou, teve 4 filhos e morreu
em 1969.
Agora, minha resenha crítica
sobre a obra:
O
livro é curto, contém 16 capítulos, e usa o recurso de narração coletiva, ou
seja, cada capítulo é narrado por um personagem diferente, o que acaba
proporcionando uma boa dinâmica à história. E aqui o autor dá um presente
valioso às fãs de Erik: dois dos capítulos do livro são narrados pelo Fantasma!
:o Finalmente vemos o que se passa na mente de Erik, seus pensamentos íntimos e
sofrimentos passados. #phangirlspiram Assim, o personagem se torna mais
humanizado e compreensível pelos leitores. A minha única crítica nesse sentido
é que o autor poderia ter reservado mais capítulos a serem narrados por Erik,
especialmente no final da história.
Em
contrapartida, Christine e Raoul não participam da narração do livro, outro
fato que o autor poderia ter desenvolvido melhor. Achei que, nesta versão,
Christine conquista mais ainda a antipatia das phangirls, pois reage de forma
totalmente fria aos sentimentos de Erik (se ela sempre amou Raoul, e somente
sentia admiração pelo Fantasma, então porque diabos ela dormiu com o último??
Atração física é o que não foi! :p ). Já Raoul, pouco aparece e, como sempre,
continua fazendo um papel de inútil na história.
Realmente,
o final do livro se deu de forma muito corrida e cheia de clichês. Todo o
clímax da narrativa acontece no último capítulo, narrado por um personagem
secundário. Seria bem mais impactante se fosse Erik ou seu filho Pierre que
narrasse os acontecimentos finais.
Finalizando
a crítica, eu diria que, apesar de todos esses poréns da narrativa, esse livro
é super recomendado para os fãs e phangirls que não se satisfizeram com o final
reservado a Erik no livro de Gaston Leroux ou no musical de Andrew Webber. Vale
lembrar também que “O Fantasma de Manhattan” não é a única continuação
literária existente para o livro de Leroux. Entre as outras sequências mais
conhecidas, estão “Phantom”, de Susan Kay, que seria uma biografia de Erik, mas
que infelizmente não foi traduzida para o português (tem a versão em espanhol,
se eu conseguir acha-la na internet, prometo que leio e trago a resenha para
vocês! *-* ); e “The Canary Trainer: From the Memoirs of John H. Watson”, de
Nicholas Meyer, uma aventura de Sherlock Holmes investigando o mistério do
Fantasma da Ópera (também não existe a versão em português desse livro).
Extras:
·
Algumas
frases marcantes de Erik em “O Fantasma de Manhattan”:
“Uma vida de dor e rejeição, de
medo e ódio: vocês de mim e eu de vocês”.
“Você me despreza também por
isso, Raça Humana? Porque não pude fazer com que uma mulher me amasse como
homem? Mas houve um instante [...], uma hora distante, feroz e doce, em que
pensei que poderia ser amado [...]”. (Erik se
referindo à sua noite com Christine, #feroz e #doce: phangirls piram e
enfartam! :p ).
“ [...] aquela raiva que sempre
foi minha única companheira, minha verdadeira amiga que jamais me abandonou,
aquela raiva contra Deus e seus anjos por Ele nem mesmo ter me dado um rosto
humano como os outros, como Raoul de Chagny. Um rosto para sorrir e agradar. Em
vez disso, me deu esta máscara derretida do horror, uma sentença de morte, de
isolamento e rejeição”.
“Eu a vi. Depois de todos esses
anos, vi-a de novo e meu coração parecia explodir por dentro. [...] O primeiro,
o último e o único amor que jamais terei ou conhecerei”.
(Erik, quando viu Christine depois de 13 anos).
Diálogo
entre Erik e Christine:
“- Quando você poupou Raoul e a
mim, e desapareceu de novo nas sombras, achei que nunca mais iria vê-lo. Então
entendi melhor tudo por que você passara e senti apenas compaixão e ternura por
meu temível pária. Mas amor verdadeiro, algo parecido com a paixão que você
sentia por mim... isso eu não podia sentir. Seria melhor que você tivesse me
odiado”.
“- Ódio jamais, Christine. Apenas
amor. Amei você, amo e sempre amarei. Mas agora aceito. A ferida finalmente
cicatrizou. Há outro amor. Meu filho. Nosso filho”.
·
Sobre
o filme “Love Never Dies”:
Conforme
falei no outro post (aqui), a continuação da história teatral em DVD, “Love Never Dies”, um musical
também de autoria de Andrew Webber, se baseou neste livro, “O Fantasma de
Manhattan”. Porém, assim como qualquer outra adaptação de uma obra literária
para as telas, a história original sofreu alterações. Nesse filme, a vilã da
história passa a ser Meg Giry (filha de Madame Giry e amiga de Christine), que
se apaixona por Erik e não é correspondida. E também, em “Love Never Dies”,
Christine sempre amou o Fantasma, e se arrepende de ter escolhido Raoul #bemfeito!.
Cenas
do filme em que Erik e Christine falam sobre a “noite” que tiveram (bem que
o livro poderia ter esses detalhes, né? #phangirlsmorrem :p ):
E
é isso, pessoal! Espero que tenham gostado da minha resenha. Eu gostaria também
de saber a opinião de vocês sobre o livro. Comentem! ;)
Eu sou apaixonada pelo Erik, eu li o livro e simplesmente fiquei ainda mais apaixonada, se que é possível.
ResponderExcluirAchei que o final foi meio vago e sem muitos sentimentos, e concordo que o ultimo cap devia ser narrada pelo Erik, afinal, daria uma emoção e uma dramatização á mais ao desfecho.
Mas ao todo o livro é ótimo e a Christine continua uma burra u-u haha
Enfim, sua crítica foi incrível, concordo com tudo (;
Muito obrigada! Fico muito contente que tenha gostado da resenha ;)
ExcluirCreio que o final do livro é o que mais "peca" na história, além também da péssima caracterização da Christine, como se ela não se importasse nem um pouco com os sentimentos de Erik, ao contrário do que ocorre no musical "O Fantasma da Ópera", de Webber.
Euzinha, a phangirl que te mandei esse blog sensacional. ERIK BEM QUE PODIA LEVAR NÓIS PRA CASA DO LAGO, CANTAR UM THE MUSIC OF THE NIGHT, ACARECIAR O NOSSO CORPO... hmmm... teria sete filhos com ele, haja útero...
ResponderExcluirSe o Erik soubesse o tanto de phangirl doida por ele...
ResponderExcluirFaríamos a maior s*rub@ com ele
ResponderExcluirAté hoje não superei a Christine escolhendo o sonso do Raoul. Quem é ele perto da genialidade do Erik?
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