Até agora, nesse
blog, estivemos apresentando nossos personagens preferidos, e inclusive comentei, na minha postagem de apresentação, que costumamos amar um personagem
não apenas pela sua beleza física, mas principalmente pela sua beleza interior,
nos identificando e nos apaixonando por esses seres incríveis da imaginação
humana. Porém, existem aqueles personagens que não são tão virtuosos assim, mas
apesar disso, conquistam uma grande massa de fãs. Sim, estamos falando dos
vilões, ou até dos anti-heróis também. Então, como explicar o
fascínio que eles exercem em nós, apesar de irem contra as regras moralmente
aceitas pela sociedade? Por que somos capazes de amar alguém cujos princípios
não batem com os nossos ideais?
A resposta para
tudo isso está na psique humana. Com certeza a maioria de vocês já ouviu falar
das teorias freudianas, da psicologia. Freud nos ensina que a personalidade de
cada ser humano é o resultado da interação entre três agentes mentais: o Id, o
Ego e o Superego.
O Id seria a porção mais interna e primitiva da mente, que tem como objetivo primordial a satisfação pessoal (através da comida, do sexo...), a busca pelo prazer, e não obedece a nenhuma regra moral, é egoísta e completamente isento de racionalidade. Já o Superego é o oposto. Explico: ao vivermos em sociedade, se torna necessária a criação e o seguimento de regras morais e sociais. Para que o indivíduo as cumpra, é utilizado o sistema moral de recompensa e punição (para entendê-lo, basta relembrar uma cena comum em nossa infância: se estivéssemos doentes e aceitássemos ir ao médico para tomar uma injeção, ganharíamos um pirulito, se não, ficaríamos de castigo ou até mesmo nossa enfermidade poderia piorar). O Superego é a maneira extrema da interiorização dos valores morais: enquanto o Id busca a satisfação do indivíduo a qualquer custo, o Superego busca a satisfação da sociedade, o moralmente aceito por ela, barrando todos os desejos do indivíduo em prol da “recompensa” (aprovação) da sociedade, e com isso, evitando as punições morais. E para regular lados tão extremos e conflitantes, surge o Ego, a razão humana, a parte da mente que observa a realidade e age de acordo com ela para regular os desejos do Id e as proibições do Superego, tentando mantê-los em um equilíbrio constante, formando nossa personalidade.
O Id seria a porção mais interna e primitiva da mente, que tem como objetivo primordial a satisfação pessoal (através da comida, do sexo...), a busca pelo prazer, e não obedece a nenhuma regra moral, é egoísta e completamente isento de racionalidade. Já o Superego é o oposto. Explico: ao vivermos em sociedade, se torna necessária a criação e o seguimento de regras morais e sociais. Para que o indivíduo as cumpra, é utilizado o sistema moral de recompensa e punição (para entendê-lo, basta relembrar uma cena comum em nossa infância: se estivéssemos doentes e aceitássemos ir ao médico para tomar uma injeção, ganharíamos um pirulito, se não, ficaríamos de castigo ou até mesmo nossa enfermidade poderia piorar). O Superego é a maneira extrema da interiorização dos valores morais: enquanto o Id busca a satisfação do indivíduo a qualquer custo, o Superego busca a satisfação da sociedade, o moralmente aceito por ela, barrando todos os desejos do indivíduo em prol da “recompensa” (aprovação) da sociedade, e com isso, evitando as punições morais. E para regular lados tão extremos e conflitantes, surge o Ego, a razão humana, a parte da mente que observa a realidade e age de acordo com ela para regular os desejos do Id e as proibições do Superego, tentando mantê-los em um equilíbrio constante, formando nossa personalidade.
Porém, esse
equilíbrio varia de pessoa para pessoa, e não permanece o mesmo durante toda a
nossa vida. Há certos momentos em que o nosso Id se manifesta mais forte que o
Superego, ou vice-versa. E é aí que entra a nossa atração por vilões e
anti-heróis. Eles são nossa válvula de escape: por quebrarem regras sociais sem
se sentirem culpados por isso, acabam sendo, mesmo que de forma inconsciente,
objetos de nossa admiração. Esses personagens realizam ações imorais, que não
aprovamos conscientemente, porém, nossos instintos, nosso Id, nos diz o oposto. E podem ter certeza de que praticaríamos as mesmas ações imorais dos vilões se
não fosse o nosso Superego, nossa moralidade, que refreia nossos instintos,
fazendo-nos sentir culpados se fugirmos das regras morais, e nos permitindo viver
harmonicamente em sociedade. Portanto, não é
errado admirar, ou até mesmo amar esses personagens.
Resumindo o que eu expliquei acima, gostar dos vilões é uma manifestação de nosso inconsciente, de nosso Id. E nossa personalidade, nosso caráter, não é composta apenas pelos nossos instintos, há também o autocontrole, a noção de certo e errado, e as nossas virtudes, que nos fazem ser superiores aos nossos desejos instintivos.
Resumindo o que eu expliquei acima, gostar dos vilões é uma manifestação de nosso inconsciente, de nosso Id. E nossa personalidade, nosso caráter, não é composta apenas pelos nossos instintos, há também o autocontrole, a noção de certo e errado, e as nossas virtudes, que nos fazem ser superiores aos nossos desejos instintivos.
Outro fator que
pode contribuir para que nos identifiquemos mais com o vilão do que com o
mocinho da história é que, além do carisma e do charme a mais do vilão, às
vezes os heróis são tão perfeitos que acabam se distanciando de nós, seres humanos
falhos por natureza. E, por fim, vale lembrar também que os vilões só são
legais e admiráveis quando estão a uma boa distância de nós. Dificilmente alguém com uma
boa moralidade se apaixonaria por um assassino, por exemplo, pois ao ver seus
crimes sendo cometidos “ao vivo”, nosso Superego dominaria imediatamente nossos
pensamentos, nos fazendo rejeitar e odiar esse criminoso e suas ações.
Portanto, existe uma distância mais segura para se admirar os vilões do que a
da ficção?
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Muita gente
confunde vilão com anti-herói. Vou tentar explicar de forma resumida abaixo:
* Vilão: força contrária ao
herói, é o antagonista da história. Age por interesses próprios. Sua principal
característica é seu coração frio, ou seja, sua incapacidade de mudar, de
alcançar a redenção. Aos seus olhos, ele é o verdadeiro herói da história.
Manipula os sentimentos alheios, não tem empatia com os demais, é o causador de
todo o mal da narrativa.
* Anti-Herói: um tipo especial
de herói. Ele pode fazer o que é certo, mas usando os métodos duvidosos. As
ações do anti-herói podem resultar num grande mal, mas as motivações não são o
mal em si. Ele possui sentimentos mais humanos, apesar de ir contra algumas
leis da sociedade. Geralmente, o amor (não apenas o conjugal) é o caminho para
a redenção do anti-herói.
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